6 de novembro de 2009

Dor física e violência psíquica



As mulheres vítimas de violência são menos resistentes à dor. Essa afirmação foi feita à partir de uma pesquisa em um hospital nos Estados Unidos e publicado na Medscape, site internacional de publicações médicas. Além da dificuldade em tolerar a dor no corpo, apresentam um persistente estado depressivo e muitas possuem tendência ao suicídio e ao sexo sem proteção. Nos Estados Unidos 40% das mulheres entre 18 e 64 anos já passaram por pelo menos uma experiência de violência seja abuso sexual na infância, estupro ou espancamento. No Brasil a situação não é muito diferente. A cada 4 minutos uma mulher é agredida dentro ou fora de casa por alguém com quem possui relação de afeto. Passam então a sentir dores por toda a vida sem conseguirem chegar à um diagnóstico final que explique sua origem.

A fibromialgia, por exemplo, doença caracterizada por dores generalizadas na coluna e no corpo associada a cansaço permanente e depressão, aponta que 10% das mulheres que apresentavam essa doença haviam sido vítimas de abuso sexual. O agravante de toda essa situação é que apenas um terço das mulheres conta para o médico terem sofrido algum tipo de abuso. A maioria não revela o passado de violência por medo e principalmente vergonha. Um tratamento eficaz se estabelece na confiança depositada no médico, pois ele poderá diagnosticar que a doença física tem sua origem em um sofrimento psíquico podendo prescrever ao paciente antidepressivos e tratamento psicoterápico.

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