7 de dezembro de 2009

Indicação de atendimento psicoterápico gratuito

Tenho recebido emails pedindo informações sobre clínicas de atendimento psicoterápico gratuito ou com preços reduzidos. No Rio de Janeiro indico em duas universidades:

Universidade Veiga de Almeida

Clínica de Psicologia (Tijuca)
Rua Ibituruna, 108
Vila Universitária - Casa 4
Tel: 2574-8898

Clínica de Psicologia (Barra)
Av General Felicíssimo Cardoso, 500
Tel: 3325-2333 ramal 146

PUC - Serviço de Psicologia Aplicada (SPA)
Rua Marques de São Vicente, 225
Gávea
Tel: 3527-1574

Em outras localidades recomendo que procurem os serviços de psicologia aplicada das universidades.
Boa sorte.

Brincadeira de pais e filhos

A idéia de que a brincadeira é essencial para o desenvolvimento ainda encontra resistência. O momento de brincar é fundamental no processo de desenvolvimento. A brincadeira constitui-se um importante espaço onde ocorrem trocas de informações onde é criado um mundo de ilusões e verdades por meio de símbolos vivenciando momentos de alegria, satisfações e angústias inomináveis. Nesse momento único a criança pode se desvelar e nessa experiência lúdica aprende a solucionar situações de conflito. O dimensionamento dessas questões cria a possibilidade de um adulto mais organizado, capaz de saber lidar com o inesperado, tratando com mais habilidade todo tipo de dificuldades. 

Neil Postman em seu livro ‘O desaparecimento da infância’ (Ed. Graphia, 1998) sustenta a tese de que as crianças nos dias atuais estejam perdendo a espontaneidade de brincar livremente. De fato com a imposição consumista do mundo cibernético, as crianças encontram dificuldade para brincarem e serem, eles mesmos, os ‘agentes’ e inventores de suas próprias fantasias. A infância não está desaparecendo. Com incentivo do meio em que vive, a grande maioria das crianças é capaz de exercitar sua capacidade de apreender a noção de posse do objeto, a introjeção de valores fundamentais e sentimentos de frustração, perdas e conseqüente superação. 

O atual estilo de vida provoca um término prematuro da infância. Deixa-se de ser criança mais cedo. O acesso à todo tipo de informação, desnecessária à tenra idade, a possibilidade eletrônica do brincar e a ameaça urbana impedindo a ‘brincadeira de rua’ não somente aprisionam a criança em seu território doméstico, como também subjetivamente criando entraves em seu desenvolvimento. A dificuldade dos pais em conciliar horários, tarefas e partir, então, para a brincadeira com os filhos, cria uma distância onde um não se reconhece no olhar do outro. A criança acaba desenvolvendo recursos próprios ou sai em busca de um auxílio externo, fazendo com que o abismo fique ainda maior na relação com os pais. Tornar o escasso convívio em momento de alegria é extremamente importante no universo psíquico da criança, mas à essa vivência devem ser agregados os questionamentos próprios de cada idade.