O
termo vem da Física e, segundo o dicionário Aurélio, consiste na propriedade
pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a
tensão causadora de uma deformação elástica. Ou seja, o material volta à sua
forma original depois da tensão sofrida.
Em
psicologia é a capacidade de superação e crescimento mesmo diante da
adversidade. Sempre conhecemos alguém que trabalha e mesmo assim vive em um
orçamento apertado, outro cria filhos sozinho, enfrenta falência, desemprego,
doença e ainda assim parecem estar bem e conseguem ultrapassar obstáculos.
Resiliência
não diz respeito a um trauma maior ou menor, pois isso criaria uma escala de
sofrimento. E dor não se quantifica. Algumas pessoas resistem à morte de um
filho e, no entanto, outras dão fim a própria vida quando são demitidas do
trabalho. Portanto, resiliência diz respeito a uma reflexão sofre a vida no momento
de um trauma.
O sofrimento é inevitável,
porém a capacidade de enfrentar as questões é que permite a superação de um trauma.
Os primeiros anos de vida podem definir a capacidade resiliente. O ambiente em que a criança vive determina as condições futuras de um adulto confiante, pronto
a superar dificuldades e criativo no que se refere a alternativas quando tudo
parece não acontecer como esperado.
A
criança que recebe de seus pais uma resposta favorável diante das adversidades
e insucessos prossegue confiante em seu desenvolvimento. Esse não é o caso de
ser condescendente com atitudes antisociais como furtos, transgressões morais
ou excessos de vontades satisfeitas. Importante também ressaltar que o conceito
de família diz respeito ao meio social em que a criança estava inserida. Um
abrigo infantil filiado à uma ONG ou uma família que recebe a criança por um
longo período, muitas vezes proporciona um acolhimento bastante diferente da família
de origem de uma criança que tenha sofrido violência e maus tratos, por exemplo. O mesmo
acontece com crianças órfãs que dividem o mesmo espaço com cuidadores
responsáveis. Mas essas condições nem sempre estão presentes.
Alguns conseguem
superar as dificuldades e restaurar simbolicamente uma família perfeita com seus recursos internos, independente das adversidades familiares e sociais. E nessa tentativa de superação não há espaço para o papel
de vitima e descobre-se, então, forças para reagir negando a si mesmo o
sofrimento que lhe é infligido. Um excesso de humor frente às dificuldades,
também é uma forma de tentar modificar o próprio cenário, criando condições
para enfrentar o mundo e preservar a própria imagem .
Portanto os fatores que criam
condições para que o sujeito tenha resiliência possui tanta plasticidade quanto
o próprio conceito.
Acredito
que a eureca para ser resiliente consiste em uma só competência. Criatividade. Ter
jogo de cintura para sair do impasse, do sofrimento e da dúvida. Encontrar
novas maneiras de lidar com situações difíceis e se reorganizar.
O
mais importante é saber que por trás de um conceito nobre e de toda essa
potência humana pode existir um sujeito destruído emocionalmente. Mas que tenta
se superar e traçar uma nova história.