1 de junho de 2010

Loucas Paixões. Ficção e Realidade.

Tenho percorrido na literatura e no cinema os excessos de amor entre homens e mulheres. E o que se vê naquele que desperta o amor? No caso das mulheres, uma aceitação em ser aquela pelo qual o outro satisfaz a fantasia de uma parceira ideal. Ela é capaz de dar tudo ao homem. “Seu corpo, sua alma, seus bens”, como diria Lacan. Mas os homens, à sua maneira, revelam também sua intensidade amorosa. Vejamos em: 


Amor nos Tempos do Cólera, da obra de Gabriel Garcia Marquez, que narra a história de um amor idealizado e buscado incessantemente por mais de cinco décadas. Se essa descrição não surpreende tanto, acrescente-se à isso o fato do personagem, interpretado pelo maravilhoso Javier Bardem, não haver estabelecido um contato mais próximo com sua eleita, exceto por cartas e breves olhares apaixonados na adolescência. O filme mostra o “romantismo” do personagem principal e a busca incansável por uma mulher impedida pelo pai de viver o amor de corpo e alma com esse homem. 


Bem Me Quer Mal Me Quer com a excelente atriz Audrey Tautou, a mesma que fez O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, O Código Da Vinci e, mais recentemente, Coco Antes de Chanel. O filme é bem recortado nas cenas o que transmite a certeza de uma “verdadeira relação” entre a jovem artista e o médico casado. Com final surpreendente e dramático, esse filme é uma opção valiosa para quem quer assistir o amor de uma mulher chegando às raias da loucura. Ótimo! 


As Pontes de Madison com Meryl Streep retratando a vida de uma interiorana dona-de-casa-esposa-mãe dos anos 50 nos Estados Unidos. Todo o conhecimento do amor e do mundo aparece na figura de um fotógrafo da National Geographic com quem ela vive intensamente quatro dias de intensa paixão. Motivada pelo calor desse novo sentimento ela pensa em abandonar o que lhe era mais caro: a segurança do casamento de muitos anos e seus filhos, pois um amor como aquele não se pode perder. O momento de decidir qual destino traçar impõe às mulheres que assistem a seguinte questão: o que eu teria feito no lugar dela? 


Excessos de amor, paixões alucinadas e ciúmes incontroláveis são pontos altos das grandes histórias de amor. Sempre se sofreu por amor e pelo amor. Sofrimento como prova cabal do amor verdadeiro que reivindica nada mais nada menos do que...amor total. É certo que algumas vezes o que aparece como excesso de amor pode revelar alguma patologia. Nos romances, os apaixonados aparecem como loucos e desatinados. A vida real apresenta homens e mulheres sofrendo por amor até as últimas conseqüências.