27 de março de 2009

Por que temos medo?


O que é o medo? O medo é basicamente uma reação instintiva ao perigo. Uma maneira de o corpo sinalizar que estamos em vias de passar por alguma situação adversa fazendo com que todos os nossos sentidos estejam em alerta nos deixando preparados para algo que nos tirará da zona de conforto. Algum medo é necessário. O medo do fogo, por exemplo. Não colocamos a mão no fogo porque iremos sentir dor e nos queimar. Esse tipo de informação não é inata e após termos aprendido o que aquela ação irá nos provocar desenvolvemos defesas ao perigo iminente. Portanto se alguém nos ameaça com fogo iremos muito provavelmente sentir medo.

Em outras situações diferentes desse exemplo encontramos muitas pessoas que passam a vida inteira com medo e acabam se tornando escravas disso. Algumas tratam o medo como uma alteridade à qual lhe é conferida obediência. E fingindo não dar muita importância ao que sentem, dizem: “Tenho horror...”, “tenho pânico...”, “detesto”, “odeio”, “tenho aversão”, “ojeriza”, “nojo”, “não posso nem ver” e uma infinidade de denominações para algo que em sua origem significa o mesmo. No caso da fobia não existe uma relação como ocorre com o fogo, por exemplo. Tratam-se de casos que apontam para algum tipo de sofrimento psíquico.

A doença psicológica do medo não tem ligação específica com um perigo imediato e real. Na verdade a pessoa fóbica cria um vínculo externo com algo que existe em seu inconsciente.
O medo não está na ocorrência do que irá acontecer naquele momento, provavelmente não acontecerá nada mesmo. Mas o sofrimento gerado diz respeito à uma marca psíquica angustiante, um sentimento de permanente ameaça do que não se conhece.
O que é a síndrome do pânico senão um medo desarrazoado? A descrição das sensações corporais durante uma crise são as de quem está diante de um enorme perigo e na maioria dos episódios a pessoa encontra-se frente à algo ou situação absolutamente inócuos.

Mais cedo ou mais tarde temos que abrir mão de certas coisas que parecem emperrar a vida e dar um passo adiante. Às vezes parece que percorre-se um longo caminho quando na verdade mal saímos do lugar e fica-se preso ao passado. Devem ser criadas possibilidades para a superação dessa condição que impõe limites à vida.

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